era de origem nobre, filho de
sacerdote e descendente da dinastia hasmoneana. Foi iniciado nos textos
da Torá, recebendo uma tradicional educação na Judéia. Falava latim e
grego. Pertenceu por escolha própria ao grupo religioso dos fariseus.
Por nascimento hebreu, Josefo foi um
judeu palestino inicialmente hostil a Roma.Em 66 d.C. foi eleito
general dos judeus rebelados contra a dominação romana, feito
prisioneiro pelos romanos, em 67 d.C. Rendendo-se ao exército romano, conseguiu registra in loco, a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano, comandadas por seu filho Tito, futuro imperador, da qual Josefo se tornou amigo, Adquiriu cidadania romana e uma pensão do
Estado. Terminou sua vida morando em Roma.
As obras de Josefo fornecem um importante panorama do judaísmo no século I, suas duas obras mais importantes são: Guerra dos Judeus (escrita em 75 e publicada em 79) e Antiguidades Judaicas (escrita em 94 em grego), o primeiro é fonte primária para o estudo da revolta judaica contra Roma (66-70), abarcava o período que vai dos Macabeus até à queda de Jerusalém,
enquanto o segundo conta a história do mundo sob uma perspectiva
judaica, a história dos Judeus desde a criação do Gênesis até à irrupção da guerra da década de 60. Estas obras fornecem informações valiosas sobre a sociedade
judaica da época, bem como sobre o período que viu a separação
definitiva do Cristianismo do judaísmo e as origens da Dinastia Flaviana, que reinaria de 69 a 96.
Pelos judeus Josefo foi considerado
soldado, político e traidor. Eles acreditam que as obras de Josefo
permaneceram não pelo judaísmo, mas por intermédio da Igreja cristã.
Alguns escritores cristãos vêm passando a imagem de Josefo como um
judeu-cristão. Essas afirmações requerem um profundo estudo das obras
originais de Flávio Josefo. Historiadores e escritores cristãos
divergem nesta questão, como descreve Charlesworth, “… copistas cristãos
alteraram e expandiram uma referência feita a Jesus por Josefo” (1992,
p.103).
As narrativas de Josefo têm sido vistas
pelos historiadores, como importante fonte de informações, já que Josefo
foi contemporâneo a um período dotado de grandes acontecimentos na
Judéia como o movimento inicial do cristianismo, e a destruição do
Templo. E também foi testemunha ocular de boa parte dos acontecimentos
de seu tempo. Entretanto pelo mesmo motivo, uma metodologia criteriosa é
necessária para avaliar as narrativas de Josefo, identificando
possíveis apologias, já que ele vivenciava toda a efervescência do
momento.
Graças a pensão vitalícia financiada por
Roma, Josefo dedicou-se por cerca de trinta anos a história, sendo um
escritor preocupado, em registrar a história da Judéia. Suas obras
descrevem a história dos judeus desde os primórdios do judaísmo, até o
primeiro século depois de Cristo. As revoltas, guerras e conflitos
entre judeus e romanos e ainda apontam os culpados pela destruição do
Templo e o despovoamento da Judéia.
Podemos concluir ainda que a figura de
Flávio Josefo caminha num cenário contraditório às convicções religiosas
e políticas. Josefo fez história e a registrou de maneira eficiente ou
não, e independente das reais motivações de preservação. O fato é que
sua obra nascida na antiguidade resistiu ao tempo e ainda hoje, quase
dois mil anos depois, ainda é fonte de estudos sobre a Judéia.
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Referências Bibliográficas:
* CHARLESWORTH, James H. Jesus Dentre do Judaísmo. 3ª Edição Rio de Janeiro: Imago, 1992.
* GOODMAN, Martin. A classe dirigente da Judéia. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
* MILLER, Stephen M. e HUBER, Robert V. A Bíblia e sua história. São Paulo: SBB, 2006.
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