quinta-feira, 5 de julho de 2012

FLAVIO JOSEFO? Quem foi?

no post anterior sobre HERODES, falamos muito em Flávio Josefo, pois foi usado como base alguns de seus livros para a pesquisa sobre a vida de Herodes, vimos então a necessidade de explicar quem foi Flavio Josefo, como segue abaixo:

Josefo, retratado em um entalhe de cobre de 1737Flávio Josefo (37 - 103 d.C.), ou apenas Josefo (em latim: Flavius Josephus, também conhecido pelo seu nome hebraico Yosef ben Matityahu (יוסף בן מתתיהו, "José, filho de Matias") e, após se tornar um cidadão romano, como Tito Flávio Josefo.

era de origem nobre, filho de sacerdote e descendente da dinastia hasmoneana. Foi iniciado nos textos da Torá, recebendo uma tradicional educação na Judéia. Falava latim e grego.  Pertenceu por escolha própria ao grupo religioso dos fariseus. 

Por nascimento hebreu, Josefo foi um judeu palestino inicialmente hostil a Roma.Em 66 d.C. foi eleito general dos judeus rebelados contra a dominação romana, feito prisioneiro pelos romanos, em 67 d.C. Rendendo-se ao exército romano, conseguiu registra in loco, a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano, comandadas por seu filho Tito, futuro imperador, da qual Josefo se tornou amigo, Adquiriu cidadania romana e uma pensão do Estado. Terminou sua vida morando em Roma.

As obras de Josefo fornecem um importante panorama do judaísmo no século I,  suas duas obras mais importantes são: Guerra dos Judeus (escrita em 75 e publicada em 79) e Antiguidades Judaicas (escrita em 94 em grego), o primeiro é fonte primária para o estudo da revolta judaica contra Roma (66-70), abarcava o período que vai dos Macabeus até à queda de Jerusalém, enquanto o segundo conta a história do mundo sob uma perspectiva judaica, a história dos Judeus desde a criação do Gênesis até à irrupção da guerra da década de 60. Estas obras fornecem informações valiosas sobre a sociedade judaica da época, bem como sobre o período que viu a separação definitiva do Cristianismo do judaísmo e as origens da Dinastia Flaviana, que reinaria de 69 a 96.
Pelos judeus Josefo foi considerado soldado, político e traidor. Eles acreditam que as obras de Josefo permaneceram não pelo judaísmo, mas por intermédio da Igreja cristã. Alguns escritores cristãos vêm passando a imagem de Josefo como um judeu-cristão. Essas afirmações requerem um profundo estudo das obras originais de Flávio Josefo.  Historiadores e escritores cristãos divergem nesta questão, como descreve Charlesworth, “… copistas cristãos alteraram e expandiram uma referência feita a Jesus por Josefo” (1992, p.103).

As narrativas de Josefo têm sido vistas pelos historiadores, como importante fonte de informações, já que Josefo foi contemporâneo a um período dotado de grandes acontecimentos na Judéia como o movimento inicial do cristianismo, e a destruição do Templo. E também foi testemunha ocular de boa parte dos acontecimentos de seu tempo. Entretanto pelo mesmo motivo, uma metodologia criteriosa é necessária para avaliar as narrativas de Josefo, identificando possíveis apologias, já que ele vivenciava toda a efervescência do momento.

Graças a pensão vitalícia financiada por Roma, Josefo dedicou-se por cerca de trinta anos a história, sendo um escritor preocupado, em registrar a história da Judéia. Suas obras descrevem a história dos judeus desde os primórdios do judaísmo, até o primeiro século depois de Cristo.  As revoltas, guerras e conflitos entre judeus e romanos e ainda apontam os culpados pela destruição do Templo e o despovoamento da Judéia.

Podemos concluir ainda que a figura de Flávio Josefo caminha num cenário contraditório às convicções religiosas e políticas. Josefo fez história e a registrou de maneira eficiente ou não, e independente das reais motivações de preservação. O fato é que sua obra nascida na antiguidade resistiu ao tempo e ainda hoje, quase dois mil anos depois, ainda é fonte de estudos sobre a Judéia.

Obras relacionadas: 

             



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Referências Bibliográficas:

* CHARLESWORTH, James H. Jesus Dentre do Judaísmo. 3ª Edição Rio de Janeiro: Imago, 1992.

* GOODMAN, Martin. A classe dirigente da Judéia. Rio de Janeiro: Imago, 1994.

* MILLER, Stephen M. e HUBER, Robert V. A Bíblia e sua história. São Paulo: SBB, 2006.

   

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